domingo, 16 de maio de 2010

... joga fora no lixo

Há um ano e meio aproximadamente me mudava pra cá, rua João Afonso, Humaitá. Há de suspirar ao avistar a ladeira, essa nunca dá descanso.
Meu coração acelera quando chego em casa, impreterivelmente, chego suado, sempre.
Contra o acumulo de papel, roupas com cheiro de guardado, com excessão para a camisa tricolor. Também sofro, mas só em jogos decisivos. Enfim, me desfaço com facilidade do que não preciso mais. Mas penso que nem todos fazem assim por aqui.
Pelo menos duas vezes ao dia, passo por uma bicicleta antiga, uma magrela, um pouco enferrujada, sem uso. Seu dono disse ser apegado a mesma quando tentei convence-lo a me vender. Se tivesse uma chance, a tirava dali, dava um banho de óleo e ela teria um lar. De quebra ainda me faria companhia nos 10km diários que percorro de casa pro trabalho, e de lá pra cá.
Não tão pragmático quando o lixo não é físico, esbarro com facilidade em antigos vícios, historias mal resolvidas, romances frustrados, fantasmas de um presente com cheiro de guardado.
Não é que me falte novos casos, mas eles sempre ficam fora de foco depressa demais. Uma foto, com efeito de envelhecido, feito no photoshop. Moldado pra me satisfazer, gosto de saudar o casos passados, os romances fadados. Os possíveis acasos, os prováveis fracassos.

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