quarta-feira, 12 de maio de 2010

Quarta 12

Passos largos e apressados, sinal fechado, olho para os lados, os carros já se moviam lentamente. A ância na expressão dos motoristas atropelam sem qualquer contato físico. Eu subo de novo o meio fio. Aguardo.
Atravesso a rua entrando diretamente na farmácia. Costumo ser sempre objetivo nas minhas compras semanais de suprimentos, mas a dúvida alí tinha cabelos longos, e usava uma camisa xadrez, talvez do seu avô. Talvez não tanto pudor. Minha vez. Um pouco de sal pra minha pressão baixa. Um pouco de sol. Uma pedra de gelo no meu copo vazio.
Antes de virar a esquina um último olhar pra trás, encaro, e engulo em seco. Aprende: Acorda e cospe. Alguns passos mais e lembro: Do papel toalha que escrevi no restaurante equanto esperava o prato do dia, e falava sobre: Quarta, horário do almoço... esqueço, desisto. Eu mereço.
Cansado de tentar lembrar o que havia escrito, me contento com o simples fato de alguém ter lido, sobre o quanto aquele dia comum merecia ser bendito.
Visto que não tem uma hora que saí de lá, talvez mais alguns passos me levem a outro estágio de passividade na minha vida pessoal, digo do social e do sentimental. E insisto em achar outra definição para a estagnação que se faz da minha pressa. Diante tudo que prezas. Veja se te conserva. Em desuso. Por mim.

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