domingo, 4 de julho de 2010

Central Park West

Ao entrar no parque os primeiros passos, interrompidos pelos alongamentos, ajuste do "device", "shuffle", "playlist: ride". O que vier será de bom grado.
Olha pra cima e dê graças, nada é por acaso. Até mesmo aqui onde tudo tem seu preço, leve consigo coisas que não têm valor para outras pessoas, a não ser aquelas que gostam e torcem por você. Fotografe tudo, pode ser com a câmera também, e depois tente contar pra todo mundo a felicidade imediata, na forma que lhe convir. A espera de quase nada, a não ser da conversa fiada, num banco qualquer na praça.
Strawberry fields, me perdi por vezes te procurando mas você me acha. Em meio todo o verde, no tão rarefeito ar que já não cabe em mim. Até mesmo na saúde e preparo físico que não sei onde se escondia em mim.
Corria, por vias, e viadutos do parque, onde 10 segundos de escuridão ao passar, me remetem a qualquer filme no inconsciente coletivo que já não é tão pb assim. Woody Allen rogai por mim.

Visto de turista, mas tão familiarizado,
me lembro de quase tudo aqui, déjà vu constante,
asceno para mais um figurante,
desse filme que estão rodando aqui.
Sobre um rapaz que corre sem rumo,
pisando firme sobre nuvens num ceu de diamantes.
Qualquer semelhança com a ficção é mera realidade,
passa essa música, eu já não sinto saudade.
Pula mais uma e dê um pause:
Já era hora dos artistas de rua fazerem a sua caridade.
Tocando violino, violão e raspando sapato no chão.
Está visto, me misturo novamente ao parque da cidade, na minha solitária procissão.
Volta pra casa, toma um banho que tem muito pra mais tarde.
Leve contigo retratos e esboços coloridos que revelem a sua idade.
Aos vinte e poucos anos me projeto aos passos eufóricos e exaustos.
Meu destino é ao norte, no lado leste do Central Parque.

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