Pensa Alto B

Do silencio, ouço a chuva, sem parar de pingar no meu copo cheio. O transbordar das horas, nas noites a dentro. tateio interruptores e acendo a lâmpada que ilumina quase tudo aqui. Andas meio sumida de mim, andamos todos meio sem tempo. O tempo está muito ruim.
Não é chuva, é incêndio. Não encharca mas queima tudo sem ler. Não chega mas tem hora para partir. Que seja, eu vou sair por ai.
Não culpo as horas a fim, as muitas sem mim, as multas vencidas que não abri, até mesmo as cartas que não escrevi. Tudo foi de certa forma anestesiado pela desculpa paliativa da rotina. Pela senhora falta de hora para pôr os pingos nos "i"s.
Amanhã, e não mais agora resolvo. Rateio meus cacos para tudo que foi responsável pelo imortalizado do espelho quebrado. Eu não me vejo mais assim.
Desmistificando ícones de culturas restritas. Ninguém conhece os nossos ídolos. Sequer são citados nos tablóides televisivos do fim de tarde. Se quer ver as horas, porque não pede pra abrir logo a porta, eu abro. Você sempre chega antes de horário, faz hora, fazemos anos de recesso mas não vejo seu fim.